O PORQUÊ DO TEATRO-FEIJÃO-COM-ARROZ E DA ESCOLHA DE UMA DAS MAIS DE 120 PEÇAS DO DRAMATURGO MARCELLO RICARDO ALMEIDA

PEÇAS NO MÉTODO TEATRO-FEIJÃO-COM-ARROZ
Das peças do Teatro-Feijão-Com-Arroz, Maria Bala fora montada em Córdoba, Argentina, em 1990, e Ladrão-de-Galinhas, em Santiago, Chile, com atores daqueles países. E em Nova Iorque, a peça A Fila do INPS, em 2004. Segundo o professor de arte dramática paulista, Fauzi Arap, tanto Vendramini (USP) quanto eu reconhecemos no dramaturgo Marcello Ricardo Almeida um autor talentoso; sentimos prazer lendo os seus textos e, para nós, ele foi uma revelação em 1986 durante um Curso de Formação em João Pessoa, Paraíba. A peça Debaixo da Ponte, em cartaz no Rio Grande do Sul e Alagoas, respectivamente, recebeu vários prêmios em 2003; inclusive sendo tema de estudo na UFAL, no curso de preparação para atores.
PEÇA DE TEATRO O LADRÃO-DE-GALINHAS
As personagens da peça LADRÃO-DE-GALINHAS são ricas em uma literatura e humor refinados. A peça é un exercício de cidadania. Abordando a moralidade social, também a instituição familiar, a Constituição Federal e os seus altos e baixos, os valores éticos. Como esta preciosidade em dado momento o magistrado confessa: "Nós temos mais do que as leis, conhecemos os furos das leis". Em outra situação, o "ladrão de galinhas" desabafa: "Meu sonho é só um dia eu poder... eu ter o poder de votar em alguém" (ele tem menos de 16). O delegado da história assegura em uma de suas falas: "Juro que vou acabar com a impunidade institucionalizada". Sendo argumentos do dono das galinhas, sempre se utilizando de provérbios: "Ponha o patife imundo atrás das grades. Já! Vou acabar com esse negócio de a ocasião faz o ladrão".
QUE TRATAMENTO O ESTADO RESERVA AO DESVENTURADO E AO DESINFELIZ LADRÃO-DE-GALINHAS, OU P DE POBRE E C DE CADEIA? O teatro deste dramaturgo que criou o método Teatro-Feijão-Com-Arroz leva ao palco filosofia, política, economia, sociologia, legislação, ética, mitologia etc. Sua literatura é um bojo das questões contemporâneas: a pirâmide social, o abismo entre o poder e o dominado. Com temáticas transversais que vão além de 120 peças teatrais no método Teatro-Feijão-Com-Arroz criado em 1975. Temáticas propícias ao debate pedagógico. Um teatro de fortes sentimentos que aborda, dialeticamente, as opressões cotidianas.
DRAMATURGO MARCELLO RICARDO ALMEIDA
Recebeu ao longo de sua carreira prêmios literários o dramaturgo Marcello Ricardo Almeida com peças em livros e periódicos. Muitas das quais apresentadas por estudantes secundaristas (atores não-profissionais) em escolas básicas e Universidades. Marcello Ricardo Almeida criou o Projeto Teatro na Escola o Ano Todo, ocasião na qual convidara vários debatedores (escritores, professores universitários etc.) à escola para enriquecer o currículo programático de várias unidades escolares.
NOTA
UMA TEORIA DO PARADOXO, 1999. As peças: Ninguém Sabe o Dia de Amanhã; A Lenda das Irmãs Procne e Filomena; Barrufa Condrufa; 1920; O Desventurado e Desinfeliz Ladrão-de-Galinhas; Jogos de Azar; Quem Má Cama Faz, Nela Jaz: Maria Bala.
A LENDA DAS IRMÃS
PROCNE E FILOMENA
espécie de coro agônico do "theatron" grego. Simbolicamente, os vizinhos ora dançam, ora cantam o destino das paixões doentias; e, através de característcas mimétricas, apontam o caminho da justiça do alto de um prédio de apartamentos, representando o próprio Olimpo ou a mitológica habitação das divindades pagãs.
PEÇA COM O TÍTULO "1920" SOBRE A HISTÓRIA DE ZÉ DAS CRUZES: O HOEMEM QUE VIROU LENDA (GIBI)
onde a caracterização dos elementos da natureza se encontram, nas primeiras décadas do século XX, para anunciar qual será o signo do último século do milênio.
O LADRÃO-DE-GALINHAS - 1991
Têmis, em qualquer tempo, atrás de uma grande mesa repleta de gavetas empilhadas de processos e, sobre a mesa, muitos papéis sob pesados cinzeiros abarrotados de restos
JOGOS DE AZAR - 1990
uma linha dramática, nessa época, vai se assemelhando a uma poça de óleo imprestável, l-e-n-t-a-m-e-n-t-e, esraiando-se na vida das pessoas urbanizadas
NINGUÉM SABE O DIA DE AMANHÃ - 1978
nasceu na calçada, calado, enquanto sua mãe dormia. Iguais a ele são outros josés: viajam sem cama, sem casa, sem comida.
QUEM MÁ CAMA FAZ NELA JAZ: MARIA BALA - 1976
espécie de vida gregária, simbolicamente, representada pelo destino das paixões doentias; e, através de característcas mimétricas, a vida gregária em Santana-Sem-Água-E-Sem-Luz, onde mora Maria Bala, o próprio Olimpo ou a mitológica habitação das divindades pagãs.
A FILA DO INPS - 1977
as personagens do município de Santana-Sem-Água-E-Sem-Luz se encontram para representar o destino mimétrico, onde a caracterização dos elementos da natureza se encontram...